1 de setembro de 2014

Um pouco sobre E(s/x)tirpe [...]

"E(s/x)tirpe” é um festival alinhado por uma dramaturgia cujo tema é memória e assentamento de resistência cultural. É um festejo onde se reúnem apresentações de grupos que possuam identidade nas margens onde produzem. Grupos que criam contágios em seus territórios. É um encontro onde se demarca a terra onde está situado o Teatro Contadores de Mentira, onde os sentimentos de guerrilha e festa se diluem em dias e noites de “celebração e rito”.

A proposta é que para além das apresentações, que por si só já representam celebração, está uma dramaturgia que costura nossa posição e militância frente a região na qual existimos e optamos. Região dura, ausente de políticas públicas massacrada ao longo dos anos.  Olhamos nosso entorno, nossos fazeres e vemos o movimento da comunidade ao nosso redor e para ela produzimos. Celebramos através de banquetes, ritos urbanos, performance, artigos escritos, intervenções, “ataques” com alvos definidos, reflexões e apresentações. É base deste encontro a reflexão sobre como nossa região olha para o teatro, inclusive aquele que tentamos comunicar. Trata-se de um encontro para exercitar o olhar, para a estética e para além dela, para atingir o que nele é essência: o rito. E o rito aqui é traduzido na comunhão da comida, dos artistas e suas obras, nas trocas e discussões, nas vivências e experimentações sensoriais e também físicas. É uma maneira de comunicar nossa existência, nossas recusas, nosso corpo, militância e crença.

Em nossa cidade, assim como muitas outras no Brasil e na América Latina, grupos resistem sob a pressão dos poderes locais. A imagem da nossa “E(x/s)tirpe" é a de guerreiros que defendem sua terra, sua família, sua existência e seus ancestrais. Utilizamos a imagem do guerreiro que atira a lança com sua energia acumulada. 

   "É o equilíbrio de forças em tempos de barbárie."

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